Cresce importância da praga secundária da soja no Brasil.
Foto: David Cappaert
Considerada até recentemente uma praga secundária da soja no Brasil, a lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens) vem aumentando em importância na soja e em outras culturas. Fatores ambientais e mudanças no sistema de manejo de pragas podem ter contribuído para o crescimento populacional.
As fêmeas depositam os ovos individualmente nas folhas de dezenas de espécies de plantas cultivadas, daninhas, ornamentais e silvestres, das quais as larvas se alimentam. Mas será que todas elas são igualmente favoráveis ao desenvolvimento das larvas?
Para responder a essa pergunta, pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina e da Embrapa Soja realizaram uma série de bioensaios oferecendo folhas de soja, algodão, girassol e ipomeia às larvas.
A praga completou seu ciclo em todas as espécies consideradas, mas houve diferenças: as folhas de girassol foram as que propiciaram o desenvolvimento mais rápido enquanto, em algodão, as larvas precisaram de mais tempo para completar todo o ciclo. O volume de folha consumido, que pode indicar o valor nutricional da planta para o inseto, foi menor em soja. Ou seja, as lagartas precisaram de uma quantidade menor de folhas de soja para completarem seu desenvolvimento do que de girassol, algodão e ipomeia. A sobrevivência das larvas foi mais alta no girassol, de 95%. Isso quer dizer que a cada 100 larvas alimentadas com folhas de girassol, somente cinco morreram.
Os autores concluem que o girassol é, entre as quatro espécies consideradas, o melhor hospedeiro para Chrysodeixis includens. Essa informação é crucial para o planejamento de programas de manejo da praga, já que a cultura do girassol é considerada uma alternativa para rotação de cultivos. No entanto, do ponto de vista sanitário, alternar soja com girassol pode significar um aumento na pressão desta praga na safra seguinte.